Bem-vindo ao mundo das lawtechs
Quem disse que não seria possível inovar dentro do universo jurídico brasileiro? Conheça o significado e as empresas por trás da ideia batizada de lawtech Por Ivan Ventura O formal universo jurídico, muitas vezes conhecido por lidar com empoeiradas burocracias, começou a dar um passo na direção das novas tecnologias. Nesse contexto, o assunto do […]

Quem disse que não seria possível inovar dentro do universo jurídico brasileiro? Conheça o significado e as empresas por trás da ideia batizada de lawtech
Por Ivan Ventura
O formal universo jurídico, muitas vezes conhecido por lidar com empoeiradas burocracias, começou a dar um passo na direção das novas tecnologias. Nesse contexto, o assunto do momento nos grandes escritórios de advocacia é a chamada lawtech ou legaltech. Mas o que isso significa?
A ideia é basicamente a mesma das fintechs, ou seja, as financial techs. As lawtechs (algo como tecnologias legais) são empresas de tecnologias que surgiram para aprimorar ou simplesmente suprimir processos lentos e burocráticos que existem na rotina de qualquer escritório de advocacia. E, convenhamos, gargalos não faltam no universo jurídico.
As lawtechs oferecem softwares para diversos fins dentro do universo jurídico. Há desde programas que oferecem a gestão do escritório, o que inclui a organização das ações já protocoladas na Justiça, passando por “bots” que vasculham a internet afim de descobrir qualquer ruído que indique uma mínima possibilidade de uma pessoa processar uma empresa – pode ser afirmação feita em uma rede social ou em site de notícias. No rol de soluções, há também ferramentas de conciliações privadas pela internet e que lembram o Consumidor.gov, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Associação
Hoje, no mercado, existem diversas empresas inseridas no universo das lawtechs. Até por conta do crescimento exponencial desse mercado, já existe até mesmo uma entidade que defende os interesses dessas startups: é a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L).
“Somos mais de 30 empresas associadas e nossa missão é mostrar como a tecnologia pode ser uma aliada do advogado e uma ferramenta para que cada vez mais pessoas tenham acesso ao judiciário”, conta Tomaz Chaves, cofundador da AB2L e das empresas Juris Correspondente e Dubbio.
Na lista das 30 empresas ligadas a entidade, uma delas é a Oystr, uma empresa que oferece robôs inteligentes (os Bots) para diferentes funções jurídicas. Uma delas é buscar processos, andamentos, intimações em toda a internet – inclusive aquelas em estados mais longínquos e distantes dos escritórios.
Outra companhia da AB2L é a Intelivix, outra bem interessante startup dentro desse universo do Big Data jurídico. A empresa é um dos expoentes da chamada jurimetria, ou seja, o uso de métodos quantitativos, especialmente a estatística, para a análise de dados jurídicos. O negócio da empresas consiste em usar “bots” para capturar na internet os processos publicados nos sites dos tribunais brasileiros, resultando em um rico acervo de informações para o escritório de advocacia. Entre outros dados, por exemplo, é possível traçar o perfil do juiz que julgará o caso específico.
Há também conhecidos fornecedores de tecnologia atuando dentro da ideia de lawtech. A Plusoft é a tecnologia por trás da plataforma Concilie Já, que faz a mediação privada de conflito.
Será que finalmente veremos o advogado desatando o nó da gravata e dos gargalos que envolvem o mundo jurídico?